Bem Vindos!

Após dez anos de recolhas e actuações, o grupo de Pauliteiros de Miranda apresenta-se hoje mais convicto e firme na divulgação da cultura e costumes das Terras de Miranda. É constituído por elementos naturais de Terras de Miranda e ex-dançadores de outros grupos de pauliteiros e traz consigo a experiência, o entusiasmo, a cultura, a magia da gaita de foles, o ritmo natural dos paulitos e o exotismo dos laços com que dança a vida de um povo. Através da dança mantém vivas as raízes, orgulhando-se deste elemento de identidade português, mas olhando o futuro através dessa magia que transforma a guerra numa dança e num hino à paz, à diversidade e à solidariedade.

Onde Dançamos

A tradição mirandesa de dançar nas festas religiosas foi passando, desde o fim do século XIX, para todo o tipo de festas. De acordo com essa tradição, o nosso grupo dança em festas, restaurantes, e quaisquer acontecimentos festivos, levando, assim uma das mais características manifestações culturais da Terra de Miranda a todo o lado.

Historial

A origem da dança dos pauliteiros não recebe unanimidade dos estudiosos que sobre ela se debruçaram. O Padre João Manuel de Almeida Morais Pessanha e outros autores atribuem a sua origem à clássica dança pírrica, guerreira por excelência. A dança mirandesa dos paulitos teria origem na dança pírrica dos Gregos mas manifesta também vestígios de danças populares do sul de França e na dança das espadas dos Suíços na idade média. Os romanos seriam os responsáveis pela propagação da dança pírrica a esta região.
O Dr. José Leite de Vasconcelos não aceita esta teoria justificando que a dança introduzida em Roma e depois espalhada pelo império nada tinha em comum com a dança pírrica.
Na dança pírrica, os dançantes, com armas e escudos de pau, simulavam o ataque a a defesa na batalha, usavam túnicas vermelhas, cinturões guarnecidos de aço e os capacetes dos músicos eram emplumados. Os bailadores colocavam-se em duas filas e dançavam ao som de flauta.
O Abade de Baçal vê muitas semelhanças entre esta dança e a dança dos pauliteiros tais como a substituição das túnicas pelas saias, o escudo pelo lenço sobre os ombros, os chapéus enfeitados e e a utilização da flauta pastoril. A própria evolução da dança, parece ter muitas semelhanças, com várias partes, perseguição, luta, saltos e a dança da vitória. Algumas das mais famosas danças retratam bem essas semelhanças como seja o Salto do Castelo (saltos) e o vinte cinco de roda (dança da vitória).
Em Espanha, a danza de palos, é dançada da Galiza à Estremadura. Segundo o folclorista e musicólogo espanhol Dr. Garcia Matos teria origem na dança da fertilidade. Outros autores espanhóis dizem que a dança é de origem medieval.
O Sr. P.e Mourinho concluiu que: trata-se de uma dança comum à Península Ibérica; que há nela tradições militares dos povos autóctones, dos greco-romanos, medievais e outras; embora possa ter existido anteriormente terá vindo com os repovoadores do reino de Leão.

Lhaços

É um LHAÇO evocativo da Guerra dos Sete Anos ou seja a Guerra do Mirandun que teve resultados tão nefastos para a Miranda do Douro. Foi nessa altura que uma explosão destruiu quase por completo o castelo.

Mirondum, Mirondum, Mirondela
Mirondum se fúe a la guiêrra
No sé quando venirá
No sé quando venirá
No sé se ven'rá por la Páscua
La Trinidad se passa
Mirondum, Mirondum, Mirondela
La Trinidad se passa
Mirondum se murió yá.
É um lhaço que faz referências aos sinos, campanas em mirandês, que se ouviam a sete léguas de distância.

Campanitas de Toledo
Da Granda, como son?
Portuésas e galhegas
Marroquinas todas son.
Quando iban todas juntas
Fazien ua procisson
Lhebaban berças cum bio
Misturadas cum quinhon.
Picaditas cum toucino.
Cum tchociço inda melhor's son.
Aqueilla majada arribalebre
Una lliebre bi correr
Tu l'atiras, yo látiro
No la podimos coger.
Tu l'atiraste
Yo l'atiré
Ni tu la mataste
Ni yo la maté.
Um lhaço é cada uma das músicas dançadas pelos oficiospauliteiros. A maioria das letras é em castelhano, mas muitas são em mirandês e algumas em português ou numa mistura destas línguas.

Apresentamos a seguir a letra de um dos laços mais conhecidos e que é dançado pelo nosso grupo,

OS OFÍCIOS:

Quero aprender um ofício
Que me mantenha o Senhor:
Ser ferreiro, carpinteiro,
Barbeiro ou ferrador.

Tá rá tá rá tá!... (cinco bezes)

Tá tara tá, tá tara tá, tá!

* A palavra Lhaço, encontra-se escrita em língua mirandesa

Quiero aprender un ofício
Que me mantenga, señor,
Arredito, zapatero
Boticario, cardador.

Anton, paroleiro, anton,
Cada cual
A su poleiro.
O fado tipicamente português.
Lhaço, cuja letra é parte de rimance em honra do pai de Santo António de Lisboa;

El Padre D'Antônho

El padre d'Antônho era
Cristiano,honrado e prudente
Que mantenie su'casa
Cu el suor de su'frente

Qu'el tenie un horto
Donde cogia
Cum muit' alegria
La fruta de l'campo
Que l'tiempo trazie.

Amíêntes iou bou a missa
Muito cuidados has-d'tener
Cum todos los paxaricos
Que m'estan botando a perder.

Porisso t'ancargo
Antônho amado
Que tengas cuidado
Cum los paxaricos
Que nun coman lo sombrado.
É um lhaço sem letra e que representa a conquista de uma batalha.
Assalto ao Castelo.
Señor mio Jesus Cristo
Dios Hombre berdadero
Criador y Redentor
Y Salbador de cielo e tierra
Y en nome de Dios ámen
Y los otros dos tambien
Pésame, Señor, de todo el carazon
Besando la tierra,
Perdonaimos, Dios mio
E daimos la gloria etiema
La gloria eterna.
Aquel caballero, madre
Que por Mi puerta pasó
El Me quiso, yo le quise
Como le diré que nó?

Tres besicos le mandé
Darse los quiero
Darse los dar
Darse los quiro luego.
Se quieres que te segue
La tu'yerba
Trai-me la gadaña
Co-la tu piedra
Para l'amolar
Traime el carro
Para la carregar
Que segada está
Que segada está
Que no son palomas, Madre,
Las que andan nel Misón,
Unas son palomas, Madre,
Otras palomillas son.

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